
Num lugarejo distante havia um homem conhecido somente pelo nome de Zé.
Todos os dias ele entrava na igreja, tirava o chapéu, dirigia-se ao altar,
permanecia alguns minutos e retirava-se.
O sacristão ficava a se perguntar: o que faria aquele homem diante da cruz?
Era sempre tão rápido... Entraria ele acreditando não
encontrar ninguém e talvez roubar algo?
Não, não podia ser, a igreja era simples, não tinha nada que pudesse ser roubado.
Intrigado porém, um dia resolveu falar com ele e perguntou:
"O que o senhor vem fazer todos os dias aqui?" - "Venho rezar" - respondeu ele.
"Tão rápido! O que o senhor diz diante da cruz? - retrucou o sacristão
"Olha, eu não sei fazer aquelas orações longas " respondeu Zé"
...então, eu só falo assim: Oi Jesus, é o Zé, vim te ver... Tudo de bom ta!
Agora já vou indo, tchau Jesus."
O sacristão ficou ainda mais admirado com a simplicidade daquele homem.
Um dia Zé estava em frente sua casa e um carro desgovernado
subiu na calçada e o atropelou.
Zé foi encaminhado imediatamente ao hospital e com várias
fraturas e muitos ferimentos, teve que permanecer internado.
Zé era uma pessoa só, não tinha família e portanto,
não recebia visitas e, mesmo encontrando-se em estado deplorável,
tinha sempre uma palavra ou um gesto que alegrava todos
que entravam em seu quarto.
Mais uma vez, despertou a curiosidade de todo hospital:
como poderia aquele homem solitário e
todo machucado estar sempre tão alegre? E um médico lhe
perguntou como conseguia tal feito. Ele respondeu:
"Eu recebo uma visita todos os dias uma visita que me deixa muito feliz".
O médico sabendo que ele nunca tinha recebido visitas, achou que talvez
tivesse também com alucinações e insistiu. "Não pode ser Zé, você nunca recebeu visitas!
Só quem entra aqui são os médicos e o pessoal de enfermagem. Seria algum deles?"
"Não" - respondeu ele - "Todos os dias, Ele entra em meu quarto,
aproxima-se de minha cama e diz:
"- Oi Zé, é Jesus, vim te ver, tudo de bom, tchau Zé."